No ano de 2017, o ENEM apostou em um tema bem recortado para a redação a respeito dos desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. Questão de saúde pública e de educação, os mecanismos para inclusão de pessoas com deficiências e transtornos costumam ser uma temática recorrente no exame, que assinala a importância dos debates em torno das barreiras existentes e impostas a esses cidadãos brasileiros, tão distanciados de seus direitos. Discussões sobre o autismo e os desafios para inclusão das pessoas com autismo em inúmeras esferas da sociedade são recortes extremamente atuais a respeito da necessidade de conscientização da população.
Anualmente, desde 2008, recorda-se em 2 de abril o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. Se cair no ENEM, o tema pode ser abordado a partir de incontáveis perspectivas: os desafios para inclusão, a necessidade de diagnósticos precoces e outras especificidades, como a inserção da população com autismo no mercado de trabalho e as questões referentes à saúde pública. Aqui listo algumas indicações (séries, documentários, palestras e textos de apoio) que podem ajudar na construção de uma bagagem cultural ampla a respeito do autismo. Lembrou de algum outro material interessante? Me lembra nos comentários, no direct do Instagram ou pelo Facebook!
O primeiro passo para iniciar qualquer discussão sobre o autismo é entender a respeito do que se trata. Recomendo, portanto, a leitura do artigo “Transtorno do Espectro Autista” publicado no site do dr. Drauzio Varella. Nele está esclarecido o que é o autismo, se há causas, quais as formas de diagnosticar um pacientes, os tratamentos possíveis e a incidência em crianças – dado interessante que pode ser usado como abertura da introdução ou para reforçar os argumentos.
Outro ponto interessante a ser levantado em uma redação sobre o autismo é a lei Nº 12.764 de 27 de dezembro de 2012, que trata sobre a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Assinado pela presidente Dilma Rousseff, o texto estabelece as diretrizes para atendimento e acolhimento às pessoas com autismo. A lei determina atenção integral às necessidades de saúde do paciente, como também decreta que a pessoa com autismo não poderá ser submetida a tratamento desumano ou degradante, não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar – uma abordagem interessante para fomentar debates sobre os direitos humanos específicos a essa população. O texto completo da lei você acessa aqui.
Além dessas duas indicações que podem ser consideradas essenciais em qualquer redação sobre o autismo, selecionei alguns filmes, documentários, leituras e outros materiais para contribuir em um exercício de empatia partindo das experiências das pessoas com transtorno do espectro. Confere só:
“Atypical” (2017)/Netflix: série com duas temporadas conta a história de um rapaz de 18 anos, diagnosticado dentro do espectro do autismo, nos momentos mais complicados da adolescência: o primeiro emprego, a relação com os amigos e a família, e os estudos.
“Tudo que Quero” (2017): uma jovem portadora de autismo deseja participar de uma competição de escrita. Ela foge de sua cuidadora e irmã para partir sozinha em uma aventura. Assista o trailer.
“Temple Grandin” (2010): uma cientista norte-americana, com autismo, revoluciona a ciência com seu doutorado, criando técnicas que ajudaram a indústria.
“Como o autismo me libertou para ser eu mesma”: “As pessoas têm tanto medo da diversidade que elas tentam pôr tudo em uma pequena caixinha com um rótulo”, diz Rosie King, de 16 anos, que é corajosa, impetuosa e autista. Ela quer saber: Por que todos estão tão preocupados em serem normais? Ela chama todos a celebrarem a individualidade de cada um.
“The Good Doctor” (2017): série acompanha Shaun Murphy, residente de cirurgia em um importante hospital. Médico em formação, ele apresenta autismo e, brilhante na medicina, tenta se relacionar com o mundo existente a seu redor, pacientes e colegas de profissão.